quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O Barroco de Minas Gerais

Praça Minas Gerais - Cidade de Mariana - Arquitetura barroca.
ARTE BARROCA DE MINAS GERAIS
A arte barroca teve origem na Itália, no início do século XVII, e estendeu-se por toda a Europa e América Latina, onde se desenvolveu durante o século XVIII e início do XIX. Foi usada pela Igreja Católica, em seu movimento denominado Contrarreforma, para fazer frente ao crescimento do protestantismo.
Introduzida no Brasil no início do século XVII por missionários católicos, especialmente jesuítas, se caracteriza por um estilo dinâmico, ornamental, dramático, de caráter narrativo e plasticidade sedutora, cultivando os contrastes e as expressões do emocional.
A arte barroca brasileira também teve sua funcionalidade determinada pela prestação de um serviço além da função puramente decorativa, pois deveria contribuir para facilitar a absorção da doutrina católica e as tradições dos conquistadores cristãos, que haviam chegado para dominar e explorar o território brasileiro e impor sua cultura.
Com o passar do tempo, artesãos índios e em seguida negros começaram a dar à arte barroca feições novas, originais, constituindo-se assim numa arte genuinamente nacional. A arte barroca exerceu forte influência transformadora na arquitetura, escultura e pintura.
Em Minas Gerais, o Barroco passou a representar a arte mineira ao ser difundindo, principalmente em suas cidades históricas, e teve como seus principais representantes o escultor Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, e o pintor Manoel da Costa Ataíde, que adaptaram a arte barroca ao ambiente tropical, aos recursos e valores regionais.
Aleijadinho introduziu a pedra-sabão ao trabalhar em suas esculturas para substituir o mármore, e Ataíde criou pinturas semelhantes às pinturas dos azulejos portugueses. Desenvolveram uma expressão artística particular contextualmente brasileira, constituindo-se, assim, no Barroco Mineiro.
Em Minas Gerais a arte barroca influenciou também a música, pois esta estava sempre presente nas cerimônias religiosas e eventos especiais. Como a imprensa não era permitida na colônia, peças musicais, como as criadas por compositores como Joaquim de Paula Souza, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Manoel Dias de Oliveira, Francisco Gomes da Rocha, circulavam somente em partituras manuscritas que, por esta limitação, acabavam sendo esquecidas em antigos arquivos particulares ou baús.
A partir de 1939, o musicólogo alemão (naturalizado uruguaio) Francisco Curt Lange (1903-1997), viajou pelo interior de Minas Gerais adquirindo partituras que pertenciam às famílias dos antigos músicos. Percorreu cidades como Prados, Mariana, São João d’El Rey e Tiradentes, e ao final dos anos 50, já havia reunido milhares de partituras. Descobriu toda uma geração de músicos que com suas obras criaram um estilo que se caracterizou como a música barroca mineira.
Abigail Bastos Evangeista

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